28 de jul. de 2009



  • CENTENÁRIO DE ROBERTO BURLE MARX

    Nasceu em 04 de agosto de 1909 na cidade de São Paulo.
    Mãe de origem Pernabucana e Francesa e Pai Judeu com Alemão. A mãe exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas.
    Com a ama Ana Piascek aprendeu a preparar os canteiros e a observar a germinação das sementes do jardim e da horta.
    O pai era um homem culto, amante da música erudita e da literatura européia, era comerciante de couros, num curtume que mantinha em São Paulo.
    Com a queda do mercado de couro em São Paulo, seu pai resolve mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. Viverão um tempo na casa de parentes e logo se mudam para um casarão no Leme. Neste casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começa a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.


Período na Alemanha
Aos 19 anos, Burle Marx tem um problema nos olhos e a família se muda para Alemanha em busca de tratamento. Permanecem na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entra em contato com as vanguardas artísticas.

Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa que mantinha vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.
Visitou diversas exposições e, dentre as mais importantes a de Picasso, Matisse, Paul Klee e Van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estuda pintura no ateliê de Degner Klemn.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lucio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentiva a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx convive na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros.


Durante os anos 30 foi diretor do Departamento de Parques e Jardins de Pernambuco. Nesse cargo, faz uso intenso da vegetação nativa nacional e começa a ganhar certo renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo participado das equipes responsáveis por diversos projetos célebres.
A partir daí, Burle Marx passará a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.

Em 1973, Burle Marx mudou-se definitivamente para lá, onde pode acompanhar com mais constância a aclimatação e o desenvolvimento das plantas, em grande parte obtidas por meio de freqüentes excursões de coleta que realizou a locais de vegetação intocada no Brasil. Muitas dessas plantas tinham comportamento completamente desconhecido e necessitavam ser testadas antes de utilizadas em projetos de paisagismo.
É uma instituição cujas funções básicas – conservação, pesquisa e difusão de bens naturais e culturais – a caracterizam, segundo conceito estabelecido pelo Conselho Internacional de Museus – ICOM/UNESCO – como unidade museológica; segundo sociedades internacionais de jardins botânicos e a Rede Brasileira de Jardins Botânicos, como Jardim Botânico e, segundo a determinação de Roberto Burle Marx, ao doá-lo em 1985 à então Fundação Nacional Pró Memória, como um centro de estudos, no caso um Centro de Estudos de Paisagismo, Botânica e Conservação da Natureza.

1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 5 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.


BIBLIOGRAFIA
RIZZO, Giulio G.; "Roberto Burle Marx. Il giardino del Novecento"; Firenze, Cantini editore; 1992
LEENHARDT, Jacques (org); Nos jardins de Burle Marx; São Paulo: Editora Perspectiva, 1994; ISBN 85-273-0093-1
SIQUEIRA, Vera Beatriz; Burle Marx; São Paulo: Cosac e Naify, 2001.
TABACOW, José (org.); Arte e Paisagem - Roberto Burle Marx; São Paulo: Livros Studio Nobel, 2004.


CIBELE ZANFORLIN
DISCIPLINA DE PAISAGISMO, PARQUES E JARDINS – ESALQ – USP – PIRACICABA.